sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Dos Problemas


Estava matutando a respeito de problemas, dos mais variados tipos, mas não sobre eles especificamente, como os meus em particular, por exemplo. No momento me interessa o problema como conceito, ou  categoria da existência humana.


Sem muitos volteios filosóficos, veio-me a idéia de que o Problema é uma espécie de grande motor dos esforços humanos, em todas as áreas. Parece que dia a dia, nos levantamos da cama para resolver problemas. Fui olhar no dicionário algumas definições. Resumindo o que encontrei vi que Problema é, em uma ou duas palavras, Conflito ou Disfunção. O Conflito, na psicologia, (essa eu achei legal, do Houaiss) é: "estado provocado pela coexistência de dois estímulos que disparam reações mutuamente excludentes". Tá e daí, né?
Bom, então Problemas são estados desarmônicos. E toda a luta por resolver Problemas é, essencialmente, um esforço por rearranjar elementos de modo que possam se Combinar. Problemas não são pessoas ou objetos, não são substantivos, embora a classificação gramatical e a opinião de muita gente vá me contradizer, mas quero crer que me fiz entender. Todo Problema é um estado que, se permanece imutável, continua insolúvel. Logo, não é naquele estado específico (o Problema) que se encontra uma solução, é fora dele. Somos muito esquizofrênicos, enquanto espécie inteligente, pois obstinadamente chafurdamos na especificidade de nossos problemas para tentar resolvê-los e, surpresa!!!, não dá.
Disso deduzo uma primeira proposição para a categoria Problemas:
  
   § 1- Se você os tem, ignore-os, não são eles que vão te dar uma resposta satisfatória.

Continuando... como Problema é um estado, e sua "solucionática" é uma função do rearranjo de elementos que o compõe, portanto implicando movimento, temos que admitir, pela equação de Einstein (E=m.c²), a necessidade do componente tempo para que se atinja um novo estado, desta vez harmônico.
Segunda dedução para a categoria Problemas:

   § 2- Se você os tem, ignore-os pelo tempo que for necessário. De uma fração de segundo a anos, haverá necessariamente um tempo para elucidá-los. E aqui vem uma máxima popular, não por isso falsa. Se um problema tem solução, não se incomode, será solucionado, se não tem, não se incomode, esta já é a solução.

Indo da metafísica do Problema para a economia do Problema, esta é mais simples e fácil. O argumento se baseia no princípio capitalista da oferta. Se há abundância, o valor deve cair. Ora, observamos que o Problema é uma constante entre os indivíduos, sociedades, países etc. Todos são produtores fartos de Problemas. A questão básica é, se há tanta oferta de Problemas, por que pelos infernos, são tão valiosos?
E aqui a terceira dedução para a categoria Problemas:

   § 3- Se você os tem, ignore-os como você ignora a moedinha de 1 centavo na calçada, eles não valem nada.

A lógica não é uma beleza?

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